quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A um verdadeiro amigo


Osdney Fernandes Santana

Quando entrei no Tribunal em 1992 eu não sabia que iria encontrar um segundo pai e um verdadeiro e grande amigo.
Foram quase 17 anos trabalhando praticamente todos os dias. Quantas histórias tivemos juntos. Como aquela de quando, após “fazer” o motor de seu gol, ele chegou na gráfica todo feliz. Escondido, nós colocamos óleo sujo embaixo do carro. Quando ele viu, ficou louco e saiu desesperado atrás do Polaco (mecânico). Uns vinte minutos depois, ele voltou todo sem graça e assoviando como se nada tivesse acontecido, então a gente caiu na gargalhada.
Teve aquela vez que ele foi acampar com o cobrinha. Resolveu aprontar uma para cima do amigo, mas bem na hora de “dar o bote” o cachorro latiu e atrapalhou tudo. Aquela na chácara do Salvador em que ele tomou umas e depois foi flagrado dormindo na rede roncando e espumando. Tudo era motivo para muitas risadas.
Foram muitos os churrascos que ele organizava com o pessoal da gráfica, as festas de fim de ano, sempre com alegria, sempre sorrindo e tirando o sarro em todo mundo.
Também tinham muitos chavões que eram próprios dele, como “vem ni mim Camapuã iuhuuu!” e outros “e aí Magrão?!”, “meu amor”, “dá-lhe peixe”, “Miss universo”, “princesinha”, “gatinho”, entre outros.
Não consigo lembrar do Valdecir triste. Ele também era o único que me chamava de Magrão (só para tirar um sarrinho, né?!).
Quando ele chegava na gráfica emburrado ao meio-dia e ficava assoviando, a gente sabia que ele não estava bem, mas até meio-dia e meia ele já estava tirando o sarro de um e de outro.
Nós que trabalhamos tanto tempo com ele, sabíamos muito sobre sua vida, até mesmo quando ele emburrava com a Dona Cacilda.
Para mim, e acredito que para todos aqui na Gráfica, com sua partida nos deixou um buraco muito grande no coração. Todas as vezes que me lembro do Valdecir, e não são poucas, só me vem lembranças alegres.
Vá em paz meu amigo.

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