Osdney Fernandes Santana
Quando entrei no Tribunal em 1992 eu não sabia que iria encontrar
um segundo pai e um verdadeiro e grande amigo.
Foram quase 17 anos trabalhando praticamente todos os dias.
Quantas histórias tivemos juntos. Como aquela de quando, após “fazer” o motor
de seu gol, ele chegou na gráfica todo feliz. Escondido, nós colocamos óleo
sujo embaixo do carro. Quando ele viu, ficou louco e saiu desesperado atrás do
Polaco (mecânico). Uns vinte minutos depois, ele voltou todo sem graça e
assoviando como se nada tivesse acontecido, então a gente caiu na gargalhada.
Teve aquela vez que ele foi acampar com o cobrinha. Resolveu
aprontar uma para cima do amigo, mas bem na hora de “dar o bote” o cachorro
latiu e atrapalhou tudo. Aquela na chácara do Salvador em que ele tomou umas e
depois foi flagrado dormindo na rede roncando e espumando. Tudo era motivo para
muitas risadas.
Foram muitos os churrascos que ele organizava com o pessoal
da gráfica, as festas de fim de ano, sempre com alegria, sempre sorrindo e
tirando o sarro em todo mundo.
Também tinham muitos chavões que eram próprios dele, como “vem
ni mim Camapuã iuhuuu!” e outros “e aí Magrão?!”, “meu amor”, “dá-lhe peixe”, “Miss
universo”, “princesinha”, “gatinho”, entre outros.
Não consigo lembrar do Valdecir triste. Ele também era o
único que me chamava de Magrão (só para tirar um sarrinho, né?!).
Quando ele chegava na gráfica emburrado ao meio-dia e ficava
assoviando, a gente sabia que ele não estava bem, mas até meio-dia e meia ele
já estava tirando o sarro de um e de outro.
Nós que trabalhamos tanto tempo com ele, sabíamos muito
sobre sua vida, até mesmo quando ele emburrava com a Dona Cacilda.
Para mim, e acredito que para todos aqui na Gráfica, com sua
partida nos deixou um buraco muito grande no coração. Todas as vezes que me
lembro do Valdecir, e não são poucas, só me vem lembranças alegres.
Vá em paz meu amigo.
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