sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A quentura do lar faz Guima (ex-aladim) faltar treino gelado da quinta-feira mais fria de agosto!



Natálio Abrão, metereologista da UNIDERP, já tinha avisado que a quinta-feira ia ser o dia mais frio de agosto. Ainda assim, apaixonado pelo esporte ludopédico, estava disposto a encarar o frio para bater a peladinha da quinta inconstitucional de futebol, na Terra do Sem Nunca do Sindijus.

Quando amanheceu a quinta-feira, o tempo mostrou-me que não estava para brincadeiras. Ao madrugar para levar as crianças á escola o tempo sombrio arranhou-me a cara com um vento frio de arrepiar. No decorrer do dia, um solzinho mixuruca e a sala gelada da repartição, onde trabalho, me fez ficar de blusa o dia inteiro. No finalzinho do expediente, mais ou menos dez "pras" seis, dei uma olhadinha lá fora e percebi que a noite houvera chegado mais cedo. No caminho para o lar, pilotando minha "motinha 150 cc", fui obrigado a ir devagarzinho, quase parando, pois um ventinho gelado, vindo do sul, aumentava a sensação térmica do frio. Quando cheguei em casa, ao despir-me da roupa de trabalho, tive novamente a certeza de que minha pele preta de afro-brasileiro, lotada de melanina a não poder mais, não foi feita para o ambiente frio. A "bichinha" castigada por este tempo horrível adquiriu uma cor acizentada. Este fenômeno, ressecamento da pele preta, causado pelo frio permite-me, nesses dias, escrever um alfabeto inteirinho na minha canela.

Preparei minha "chuteirinha" para ir ao bate-bola. Ao ir até o quarto para pegar, na gaveta do armário, meu colete de treino, assombrosamente minha cama e meu cobertor enviaram-me olhares sedutores. Olhares que convidavam-me, sem sombras de dúvidas, a deitar-me e enfiar/perder-me em sua tépida e terna maciez. Pareciam dizer-me:"___Psiu, psiiiiuuuu! Venha aqui! Sou toda sua! Estou-lhe esperando!"

Decidido, ainda, a ir jogar bola saindo correndo do quarto, fugindo daqueles convites quase obscenos que a cama e o cobertor me faziam! Na sala novo assédio. O sofá, escandalosamente escancarado, sem nenhum escrúpulo moral, exibia sem vergonha alguma toda a sua intimidade de sofá. Televisão ligada e ele, o sofá, ali arreganhado, se mostrando todo para mim. O golpe de misericórdia, contra a "fominhagem" de jogar bola, foi dado pela Lucimar ao me perguntar:"__Você vai jogar bola? Vou fazer uma sopa e depois um chocolate quente para as crianças! Neste frio você vai querer "mais alguma coisa"? "

Pensei no frio lá fora, no meu reumatismo, nos "mancões" que não vão na Arena do Bofe quando o tempo esfria, nos convites feitos pelos móveis da casa, na pergunta feita pela minha mulher e, então respondi:" __Mais tarde sim! Agora, por favor, ajeita meu prato de sopa e faz um chocolate quente também pra mim!"



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