terça-feira, 8 de novembro de 2011

Comentários sobre expressões e a expressão "__Parece que tem barulho de carroça na cabeça"!

O velho esporte bretão, a nossa mania ludopédica, a nossa tara masculina que Sigmund Freud afirma que é decorrente do Complexo de Édipo, tem suas Expressões consagradas e popularizadas no nosso dia a dia. Expressões tais como: “acertou um canudo! Tomou uma caneta! Levou o drible da vaca! O chute foi na gaveta! “Bola num canto, goleiro no outro”, “Pegou (o chute) bem na veia!” , “Mandou um pombo sem asa!” “Chamou pra dançar um baile” e etc. Expressões que torna o nosso encontro futebolístico na Arena da Bofagem um encontro de uma linguagem muito própria, e somente entendida no meio dos que vivenciam o futebol, como esporte, como admirador ou como profissão. As expressões mais antigas não fomos, obviamente, nós que as inventamos. Mas usamo-as, assiduamente, com naturalidade e desenvoltura. Apropriamo-nos delas e as fizemos nossa! Esse usucapião de expressões futebolísticas vem desde os primeiros anos da aurora de nossas vidas. Vem dos campinhos montados no meio da rua: um par de chinelos como traves, uma bola feita de meia e dois grupos de guris descalços e sem camisa se enfrentando. Vem, também, dos anos primeiros em que futebol, não se assistia na tv (porque não tinha tv), era apreciado pela voz do locutor que anunciava: “__Abre-se a cortina e começa o espetáculo!” Era ali pela magia das ondas do rádio que as expressões ganhavam vida e garantia a visualização do que estava acontecendo dentro de campo. E jogando nos campinhos de rua, ouvindo as partidas transmitidas pelo rádio, a exemplo dos adultos com os quais convivíamos e que jogavam, também, futebol, que fomos incorporando as expressões do inventivo espetáculo de Charles Muller. São essas, hoje, o nosso cardápio linguístico, que bem humorados, atormentamos os ouvidos alheios na Arena da Bofagem, em nossos imperdíveis e indispensáveis momentos de futebol e alegrias! Salutar relembrar que a língua é algo vivo e está continuamente se modificando, se alterando, se transformando no ato de falar e conviver. Algumas expressões vão sendo esquecidas, outras vão sendo criadas e celebradas no convívio social. A exemplo da vertente mutativa, a força criativa do falar e do falante, na Arena da Bofagem, temos visto, com uma regularidade cada vez maior, o uso debochado da expressão “__Parece que tem barulho de carroça na cabeça!” Citada (criada??) costumeiramente pelo Jaimão C.Suco, ela se refere a algum jogador da Escolinha que ao invés de dar continuidade á jogada em ação de forma simples e precisa, se mete em confusão com a bola nos pés( corre desembestado pro lado errado, dá um bico sem rumo, se atrapalha sozinho ou realiza alguma outra “lambança”!) e acaba perdendo a “gorduchinha!”. Nessa hora Jaimão C.Suco balança a cabeça em sinal de negativo e esbraveja: “___Ô fulano, parece que tem barulho de carroça na cabeça!” O certo é que todos nós ao ouvirmos essa expressão caimos na gargalhada, pois sabemos bem qual o animal que o barulho da carroça fica martelando dia e noite dentro da sua cabeça!

Um comentário:

Ingua_in Alziro disse...

Como diria o grande filósofo Patropi: "Cááááára! É isso aí, meu! É por isso que os cara fica ouriçado à bessa quando o J. C. Suco profere o seu jargão predileto, meu!!! Barulho de carroça só pode ser na cabeça do quadrúpede que puxa o referido veículo, cáára. É isso aí, meu! Agora caiu a ficha, véio..."